autoavaliação

Quando começamos a empreender existe um momento em que percebemos que o negócio não está fluindo como gostaríamos, ou como deveria ser. Frente a esta percepção, o empreendedor pode tomar algumas atitudes:

– Continuar fazendo o que faz, para ver no que “vai dar”;

– Desistir, porque a culpa é da economia, da crise, do país e ele já fez tudo para dar certo;

– Analisar a situação, avaliar o que apurou e voltar a agir baseado no que percebeu.

Se percebemos que algo não está bem, não adianta ser teimoso como o primeiro empreendedor, nem derrotista como o segundo. A melhor atitude é buscar entender quais são as nossas ações e atitudes que estão prejudicando e ajudando nosso negócio.

Autoavaliação: um processo para a vida

Este processo chama-se de autoavaliação, e é extremamente importante, em quaisquer áreas de nossa vida. Aqui estaremos falando da autoavaliação profissional, mas ela pode ser feita para nossa saúde, relacionamentos, estudos e muito mais.

Um exemplo simples: se o sujeito for ao médico e descobrir que a taxa de açúcar e triglicérides no sangue está alta, de nada irá adiantar culpar a genética da família pela tendência ao diabetes, ou continuar sedentário e comendo mal e sem critério.

A melhor saída é analisar qual é sua alimentação diária, se ingere muita massa, açúcares, gordura, para poder cortar os alimentos que fazem mal, e também analisar o quanto se exercita, e propor atividades nesse sentido.

Longe de querer criticar ou se vitimizar, a intenção da autoavaliação é entender os padrões de comportamento positivos ou negativos que levaram ao resultado colhido, para reforçar os padrões facilitadores e buscar transformar os padrões prejudiciais.

Digamos que no mesmo exemplo da alimentação, a pessoa perceba que ingere muito doce e pão branco, mas em contrapartida, adora comer frutas e verduras. E que, apesar de odiar ir para a academia, está sempre disposto a uma caminhada.

Com essa avaliação, ela pode reforçar a ingestão dos alimentos bons, e cortar a ingestão excessiva do açúcar e pão, restringindo a uma refeição por dia, e se programar para caminhar 3 vezes na semana, para ajudar o corpo a baixar a taxa de glicemia. Ou seja, ninguém precisa se sacrificar fazendo o que não gosta (academia) ou cortando radicalmente o que gosta e faz mal, mas precisa tomar atitudes proativas para melhorar a própria situação da saúde.

Autoavaliação profissional

A autoavaliação profissional tem o intuito de compreender, dentro de nossas atitudes e ações como empreendedor e gestor quais precisam ser mantidas, quais precisam ser mudadas, melhoradas ou eliminadas, e a partir daí readequar nossas estratégias de vendas, marketing, distribuição etc.

O que precisamos analisar profissionalmente:

– o quanto eu conheço sobre o meu cliente e meu mercado;

– o quanto eu sei sobre a satisfação de meu cliente no pós-venda;

– como e o quanto eu divulgo meus produtos/serviços;

– o quanto esta divulgação está sendo efetiva;

– o quanto busco inovar com novos produtos, ou expandir mercado consumidor;

– o quanto eu conheço de meus concorrentes diretos, e qual é meu diferencial;

– o quanto eu conheço sore meus fornecedores e colaboradores diretos;

– como anda meu custo, capital de giro, lucro e preço de venda;

– como cuido de meu fluxo de caixa;

– como lido com minha equipe – legislação, oportunidade de desenvolvimento, tipo de liderança;

– como está organizado fisicamente minha empresa – otimização e funcionalidade de espaço;

– tenho um plano de negócios, com metas? Se positivo, estou seguindo o plano?

Por que fazer a autoavaliação?

Apesar de, em muitos casos, dar um frio na barriga só de pensar em responder com sinceridade as perguntas acima, aceite enfrentar esta autoavaliação, se quer crescer como empreendedor.

Com a autoavaliação você consegue:

– identificar seus pontos fortes e competências para usar a seu favor;

– identificar os pontos fracos e deficiências, para planejar formas de melhorar, contornar ou transformar esta situação;

– entender qual é a sua responsabilidade em todo o quadro e não “terceirizar” responsabilidades, nem para pessoas, nem para entidades;

– avaliar suas conquistas e deixa-las anotadas para serem fator de motivação diária;

– saber quem você realmente é, e trabalhar com honestidade e tranquilidade para ser melhor no que se propôs a fazer.

– planejar pequenas metas para alcançar seu grande objetivo, a curto, médio e longo prazo.

Como fazer sua autoavaliação: mãos à obra!

A teoria está bonita, mas que tal irmos direto para a prática?

Quando trabalhamos com coaching, existem inúmeras ferramentas simples de autoavaliação, e uma delas é a análise SWOT. A sigla vem do inglês, mas não será nenhuma surpresa para você perceber que este quadro junta tudinho o que falamos até aqui.

S – Strenghts – forças (capacidades internas)

W- Weakness – fraquezas (internas)

O- Opportunities – oportunidades (externas)

T- Threats – ameaças (externas)

Na análise interna, avalie o que tem a ver com você e sua capacidade de empreendedor. Na análise externa, avalie o mercado, concorrência, legislação, tecnologias etc que podem ser a favor ou contra seu negócio.

Em ambos os casos, conhecendo todo o panorama, você tem condições de traçar estratégias para crescer.

Abaixo, um roteiro de questionamentos que você pode fazer para sua autoavaliação. Não hesite em acrescentar outras, específicas ao seu próprio negócio. Quanto mais completo, melhor.

Analisando comportamentos:

Papel e caneta na mão, pois esta é a melhor forma de entrar em contato com suas próprias informações. Responda com honestidade a todas estas perguntas:

– quando tenho um prazo a cumprir, faço com antecedência ou deixo para a última hora?

– planejo e prevejo situações, ou só resolvo imprevistos?

– tenho um plano de negócios, com subtarefas e prazo limite?

– quando não sei fazer algo, busco informações ou espero que alguém faça isso por mim?

– sou envolvido emocionalmente com meus objetivos e metas, me mantenho motivado?

– sou impulsivo na tomada de decisões ou planejador?

– busco eficiência e rapidez com o meu trabalho?

– busco estratégias econômicas e eficientes para meu trabalho?

– assumo a responsabilidade pessoalmente para cumprimento de trabalhos, entregas e metas?

– diante de um obstáculo, recuo ou busco alternativas?

– gosto de inovar ou prefiro confiar no que já conheço, no quesito serviços, produtos e estratégias?

– tenho resiliência e perseverança diante de resultados desanimadores?

– tenho convicção e crença no que estou desenvolvendo ou sou abatido por críticas?

– busco usar meu networking (rede de contatos) para alavancar meu negócio?

– uso estratégias de marketing para influenciar meu público?

– aprendo durante a execução de um projeto, ou pesquiso antes para executar?

– tenho clareza de meus objetivos a curto, médio e longo prazo, já pus no papel?

– faço avaliações periódicas de desemprenho para remodelar minhas ações e estratégias?

– qual é meu padrão de exigência para a execução de tarefas? Bom, ótimo, excelente? Ou se estiver feito já está bom.

– como é meu tipo de liderança? Centralizadora, colaboradora?

– busco colaborar com minha equipe de trabalho, elogiar ou sugerir melhorias?

– diante de um desafio, mantenho a mesma postura e ações ou busco alternativas viáveis?

– gosto de trabalhar com padrões conhecidos e de resultado comprovado, ou abraço oportunidades, novas parcerias e aprendizados?

– estou disposto a fazer sacrifícios pessoais para alcançar meu objetivo?

– o que entrego para o cliente é o que ele espera ou é mais do que o esperado?

– respeito prazos, padrões de qualidade e acordos estabelecidos?

– gosto de assumir riscos?

– tenho formas de medir o meu desempenho de tarefas a curto prazo?

– quando eu não conheço um assunto, busco aprender com quem sabe, ou peço apoio para realizar a atividade?

– tenho controle sobre meu fluxo de caixa, para tomar decisões relativas ao meu negócio?

– como cuido da minha rede de relacionamentos?

– tenho confiança em minha capacidade de resolver e/ou superar problemas e desafios?

Feita a autoavaliação, hora de reestruturar o que precisar

Você deve ter percebido, após responder essa autoavaliação, que existem capacidades a serem cultivadas ou desenvolvidas para ter sucesso em seu empreendimento.

 – a autoconfiança. Ninguém começa negócio algum se não acredita que tem capacidade de fazer o que é proposto.

– disciplina. Estabelecer prazos e cumprir, compromissos com clientes e honrar, dividir uma grande tarefa em pequenas atividades diárias viáveis  e executá-las.

– motivação. Com ela você aprende novas competências, supera obstáculos, motiva colaboradores e muito mais.

– criatividade. Buscar novos caminhos, criar produtos e serviços, ou até formas de atender a clientela trazem diferencial para seu negócio.

– capacidade de se relacionar. Criar e manter relacionamentos pessoais e profissionais são extremamente importantes para a expansão de qualquer negócio.

– capacidade de planejar. Para isso, é necessário estudar previamente o nicho em que quer atuar, para poder estruturar seu negócio, desde a forma de divulgação, distribuição, expansão etc.

– controlar finanças. Para fazer seu negócio crescer, não existe “impulso”, existe planejamento financeiro.

– ser exigente. Buscar sempre se superar, levar o que faz à perfeição, entregar mais do que o combinado.

– ter empatia. Ao trabalhar com uma equipe de colaboradores, saber motivar, ensinar, elogiar e propor o crescimento de cada um.

– capacidade de se avaliar e reinventar. Sim, pois quem não se dispõe a olhar para si mesmo e corrigir a rota, não consegue empreender e nem crescer em qualquer aspecto da vida!

Guarde a autoavaliação feita hoje, e programe em sua agenda uma nova daqui a um período, por exemplo, seis meses. Desta forma você poderá aperfeiçoar gradualmente o que for necessário, manter o que já está dando certo, e corrigir o que ainda precisar.

Reconheça seu sucesso

Deixe uma lista visível (em sua agenda diária, por exemplo) que seja motivadora para você. Relacione nesta lista algumas coisas que descobriu nesta autoavaliação:

– quais são seus pontos fortes, melhores características

– o que você faz bem, habilidades que te ajudam em seu negócio

– habilidades que você tem para desestressar

– conquistas e sucessos na vida e como empreendedor

– oportunidades em que usou seus pontos fortes para crescer?

Trace objetivos

Feita a lista motivadora, é hora de traçar seus objetivos pessoais e para o negócio. Estamos falando em lidar com seus pontos fracos de maneira consciente e inteligente. Vamos lá, conhecendo seus pontos fracos:

– onde eles impactam mais fortemente, que precisa mudar imediatamente?

– onde eles não impactam?

– algum de meus pontos fortes pode me ajudar a trabalhar meus pontos fracos?

– o que preciso mudar, aprender, fazer ou deixar de fazer para crescer em meu negócio?

Estabeleça ações para o próximo mês, bimestre, semestre etc com data de finalização, para seu crescimento pessoal e profissional. Veja como.

Perguntas de ouro

Para estabelecer ações, existe um roteiro dentro das estratégias do coaching, com seis perguntas que delimitam sua ações e darão segurança para fazê-las:

– O QUE precisa ser feito? Descreva detalhadamente.

–  QUEM fará? Você  faz ou pode delegar tarefa para outra pessoa?

– QUANDO será feito? Prazos são fundamentais.

– ONDE será feito? Física ou virtualmente, delimite aonde acontece a ação.

– COMO será feito? Detalhe o passo a passo, para tornar concreto.

– QUANTO vai custar? Tanto em relação ao tempo quanto ao dinheiro, preciso delimitar também.

Esperamos que faça uso desse material valioso para o crescimento de seu negócio. Para acessar mais conteúdos sobre gestão de negócios, marketing e empreendedorismo, inscreva-se em nossa lista de e-mails, para receber as informações em primeira mão, e até o próximo artigo!

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